Ou porque os desenvolvedores vão continuar prosperando
A ideia geral das plataformas de no-code e low-code é basicamente substituir o programador. Reduzir custos ao permitir que pessoas de outras áreas de atuação consigam atingir o objetivo e “programar” alguma rotina sem, necessariamente, saber uma linguagem de programação.
Isso apresenta alguns tipos de problemas:
- É preciso um conhecimento base de como as coisas funcionam em tecnologia (redes, dados, etc) para que seja feita de maneira efetiva
- É impossível que a ferramenta cubra todos os casos de uso e é muito provável que, se o seu negócio está dando certo, ele vai atingir um nível de complexidade que a ferramenta não cubra;
- Alguém tem que manter a própria ferramenta, afinal, ela não vai se auto programar;
De modo geral, é uma boa iniciativa, ajudando principalmente pequenas empresas, projetos embrionários e MVPs a existirem com um menor custo e em um prazo bastante reduzido, mas não vai desempregar nenhum desenvolvedor.
Geradores de código
Atualmente temos visto uma série de ferramentas aparecendo, baseadas em ML e AI, que fornecem uma grande capacidade ao usuário. Basicamente, elas utiliza uma base existente de código, “entendendo esse conhecimento” e, a partir de algumas direções que o usuário dá, a ferramenta entende o propósito, combina o conhecimento que ela formou e gera o código pronto.
Será que agora conseguimos extinguir essa espécie que vive no escuro de frente as telas e gosta de café?
É……….. não. Acredito que o grande propósito e o grande ganho dessas ferramentas seja diminuir o tempo de desenvolvimento. Ela facilita a codificação, permitindo que a gente siga sem pensar muito em detalhes que são mundanos ou já foram feitos por alguém.
Alias, esse é o mesmo propósito dos frameworks e bibliotecas que utilizamos no dia a dia.
A cada linha de código escrita, existe alguém responsável por ela. Tudo que programados, devemos cuidar e manter, garantindo o funcionamento e implementando melhorias quando necessário.
O barato dos frameworks é que é possível diluir essa responsabilidade entre todos os usuários. Mais gente usando, mais olhos vendo, mais erros descobertos, menos problemas em produção.
Mesmo assim, utilizar essas ferramentas pode ser uma maneira de se esquivar da responsabilidade: “ah, eu não vou testar, eles devem ter testado isso já”; “Isso é problema do framework, não meu”; Então… quem escolheu foi você, a responsabilidade é sua. Ausência de culpa não é ausência de responsabilidade.
No caso dos geradores de código, o quelas fazem é GERAR CÓDIGO. O resultado final é como se você mesmo tivesse digitado, nada mais do que isso. Esse código ainda tem que ser mantido, e alterado quando necessário. A máquina não vai adivinhar sua necessidade.
Para concluir, acredito que essas ferramentas vão tomar o espaço dos boilerplates e snippets (quem é velho como eu, sabe do que eu to falando). E no máximo, podem se tonar uma espécie de extensão das standard libs linguagens, com funções mais voltadas ao dia a dia de desenvolvimento.
Fique tranquilo, ninguém vai ficar desempregado por causa dessas ferramentas. No pior dos casos, vamos ter mais desculpas para tomar café: “tô esperando a ferramenta gerar o código”.